lembrei dos shows que eu já fui na vida e era sempre a mesma coisa. a banda entra, a gente grita, eles começam a cantar, a gente grita mais ainda. mas eu fiquei pensando se eu gritava porque eu tava realmente empolgada, ou se era só porque todo mundo perto de mim tava gritando. e se o povo resolvesse, sei lá, assobiar a nona sinfonia de um jeito muito feliz quando a banda entrasse? acho que eu não iria fazer a shakilôca de começar a gritar. ou se, ao invés de aplausos e bravos, a maior manifestação de alegria da plateia no fim da peça de teatro fosse soltar puns com a mão? (saca o virtuosismo)o.O
mas voltando pra minha prima com a katy. eu entendo a empolgação dela, porque eu também tenho meus artistas preferidos (aqueles de deixar o dia mais bonito e inspirado). mas eu reparei uma coisa na minha prima, uma coisa que eu tenho em mim também. da gente cair na besteira de ficar se comparando com a tal pessoa, a katy no caso, e esquecer de que né? a katy também faz cocô (omg). só calhou dela escolher uma profissão em que ela se expõe mais, de resto é tudo igual.
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| olé! eu sou um cocô toureiro! <o/ |
o problema de ficar se comparando, querer ser igual ao ídolo e de esquecer que a katy também tem seus piriris, é que vira uma noia sem fim. e isso talvez a ala feminina que entra nesse blog entenda melhor. vocês já repararam que, na banca de jornal, quase todas as capas levam uma mulher super produzida? independente da revista ser feminina ou masculina, pra adolescente ou pra adulto. é uma pressão um pouco invisível que vai caindo nas meninas. caramba, eu sou uma pessoa legal mas tô longe de ter o cabelo de vento de metrô igual ao da moça da capa. puts, e agora danou-se. eu posso sonhar com a luzia e acordar loira, mas eu não acordo maquiada e bonitona nem que a vaca desça na boquinha da garrafa <o>
é aí que começa aquele horror de perseguir um ideal que inventaram pra gente. o pior é fazer isso sem perceber! do nada eu começo a me se sentir ou muito gorda, ou muito magra, ou com o cabelo muito enrolado, ou muito liso, nariz muito pra cima, muito pra baixo, muita olheira, orelhão, orelhinha, banguela (epa)...
tô falando da katy, mas isso vale pra qualquer outra pessoa, menino ou menina. idolatrar alguém é um troço muito tenso, com riscos de cegueira das braba e é bem diferente de ter admiração. uma coisa é admirar a simpatia da katy. outra é ficar lá, que nem minha prima, esgoelando as tripas sem saber o porque. acho que vou anotar num papelzinho pra não esquecer: todo mundo faz cocô. até a pombinha que cagou na mochila da Mika outro dia xP
e também gente, pelamordedeus, eu não sou contra maquiagem, nem dos dias de princesa. a gente tem mais é que se jogar na vida mesmo /o/ só que suave na nave, de bowa na lagowa e sem essas noias que colocam na nossa cabeça o/
beijanellemonáe
(I'm trying to find my peace, I was made to believe there's something wrong with me)
